quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Manejo Pré-parto e Parição:

Certamente na ovinocultura uns dos manejos mais importantes no terço final de gestação das matrizes são os manejos “pré-parto e parição” são eles que quando bem realizados podem representar maior porcentagem de sobrevivência dos cordeiros (a), mas acima de tudo maior produção de produtos.
Logo vem a pergunta “por que realizar o manejo pré-parto”?
• Evitar perdas no momento do parto ( morte de cordeiros e ovelhas );
• Possibilitar um rebanho sadio, com vigor para criar e já preparado para a próxima estação de acasalamento.
Quando realizar?
• No terço final de gestação.
O que fazer?
• Nivelar o rebanho;
• Exames parasitários (OPG; Famacha);
• Descole;
• Exame de úbere;
• Limpeza e aparo de cascos;
• Dosificação;
• Vacinação;
• Evitar o stresses;
• Preparação do ambiente de parição;
• Provisão nos abrigos de parição;
Os principais cuidados devem ser tomados um mês antes do parto. As fêmeas a parirem devem estar com as vacinas em dia, ter acesso a uma alimentação de qualidade, estar separadas em lotes limpos, tranqüilos de fácil acesso e observação. Nesta fase as fêmeas devem ser manejadas com muito cuidado, sem provocar estresses.
O rebanho em final de gestação deve receber maior atenção, tendo um manejo cuidadoso para evitar situações que causem estresses e conseqüentemente abortos.
Para facilitar a observação, os animais devem ficar em piquetes próximos e de fácil acesso, isto porque muitas crias e até mesmo as matrizes, podem morrer por causa de partos difíceis e falta de cuidados no momento do parto. Uma das causas da mortalidade muito comum em sistemas mais intensivos de criação se dá em rebanhos de final de gestação ou com cria ao pé, quando são recolhidos durante a noite em apriscos com alta lotação (menos de 1,5 - 2,0 m2/fêmea). Além disso, quando o ripado do aprisco não é bem feito, as crias podem prender suas patas entre as ripas, não podendo mamar e ficando expostos ao pisoteio.
A temperatura ideal para os recém-nascidos é em torno de 26–28 ºC. Temperaturas muito baixas, com muita umidade aumentam consideravelmente a mortalidade no rebanho por hipotermia.
É muito comum o ataque de predadores ao rebanho, sendo importante projetar instalações que impeçam o acesso dos mesmos ao ataque (muros, telas, cercas elétricas, etc.).
Nesta fase é muito importante o controle zootécnico, já que algumas mães podem não apresentar boa habilidade materna, conseqüentemente rejeitando as crias, não desmamando corretamente. Se não houver o controle do rebanho torna-se difícil fazer a separação destas fêmeas para posterior descarte. A permanência destas por sua vez acarreta altas taxas de mortalidade e baixo peso ao desmame.
O melhor parto é aquele que não necessita da interferência do homem, mas em alguns casos, o auxilio é necessário. Se 3 horas após o rompimento da bolsa a fêmea não parir, é porque algo pode estar errado. O que pode estar ocorrendo e que indica que o parto deve ser auxiliado, são as seguintes causas:
1º Cria com elevado peso ao nascer;
2º Cria em posição anormal;
3º Fêmeas com idade avançada;
Portanto todos os cuidados são necessários para haver uma melhor taxa de natalidade no rebanho.

Manejo do recém-nascido:
No momento do nascimento, duas praticas de manejo são muito importantes de considerar, visando manter a futura sobrevivência e saúde do recém-nascido. O cordão umbilical deve ser submerso em uma solução de tintura de iodo (10%), com o objetivo de prevenir o ingresso de agentes causadores de enfermidades. No caso do cordão umbilical ser muito largo, é conveniente cortar-lo e nunca deixar a um comprimento maior que 7,5 a 10 cm. Se houver algum sangramento, pode amarrar-se com fio de sutura ou barbante. Este procedimento previne possíveis infecções e facilita sua rápida secagem para posterior desprendimento do umbigo.
O segundo aspecto refere-se à alimentação colostral, na qual, deve iniciar-se o mais rápido possível. O primeiro leite contém anticorpos que a fêmeas não proporcionam ao feto em quanto este permanece no útero. Seu consumo deve ser iniciado antes de transcorridas 18h pós-parto, já que a permeabilidade intestinal aos anticorpos se perde de forma relativamente rápida. O colostro pode ser administrado às crias recém-nascidas com ajuda de mamadeiras, assegurando assim o correto consumo.

Trabalho de autoria e desenvolvido por Luis Bernabe Castillo Granados, Ângelo José Burla Dias e Monique Pessanha de Sales “Aspectos gerais da reprodução de caprinos e ovinos” Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – Campos dos Goytacazes – Rio de Janeiro de 2006.
Seminário apresentado pelo UNIOVINOS – UNIPAMPA da Universidade Federal do Pampa – Campus de Dom Pedrito-RS/ Curso de Zootecnia.

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